O primeiro passo antecede ao momento da feira. É importante procurar se informar sobre os produtores ali presentes; quais as características da região ali representada, conhecer um pouco da linha de vinhos de cada um deles, saber quem os importa – se forem produtos estrangeiros – e, por que não, os nomes das pessoas envolvidas na produção e os prêmios conquistados pelas empresas. Isto vai tornar a conversa e a degustação muito mais produtivas. Essas informações podem ser obtidas na Internet e em revistas especializadas a partir do elenco de empresas participantes.
Já que normalmente não se dispõe de tempo – e saúde – suficiente para experimentar todos os produtos da feira, é útil montar uma estratégia do percurso a ser feito no espaço. Pode-se tomar apenas os tintos, por exemplo, ou apenas os vinhos de uma determinada sub-região. Em geral se começa pelos brancos, passando pelos rosés, depois os tintos, terminando pelos vinhos de sobremesa e fortificados, que são os mais alcoólicos.
Experimente um pouco de tudo. Uma atitude comum mas pouco inteligente é o que faz uma parte dos visitantes: pedir pelo “melhor” em cada estande. Isso mostra o despreparo de quem pede: primeiro, pela dificuldade de determinar esse “melhor”. Qual o parâmetro? Melhor do que? Prêmios? Preço? O visitante perderá assim a oportunidade de fazer um conceito abrangente sobre o estilo do produtor, de “descobrir” vinhos mais do seu próprio agrado, vinhos que podem ser mais úteis no consumo habitual do fulano.
As feiras também costumam ter palestras e degustações paralelas. É bom se informar previamente, já que algumas mais destacadas podem esgotar seus assentos antes da própria abertura do evento.
Não se deve ir de estômago vazio. Na feira é importante intercalar os vinhos degustados com água e pão ou bolacha neutra, dentro do possível. Algumas vezes são oferecidos no local. O mais previdente levará consigo esses biscoitos levemente salgados, que são vendidos em pequenas embalagens.
Quando se fala em degustar, não se vai pegando uma garrafa, mas espera-se ser servido pelo atendente, manifestando-se que tipo de vinho que está querendo experimentar. Para quem quiser tomar mais de meia dúzia de amostras no evento, o melhor a fazer, após avaliados cor, aroma e paladar, é dispensar o líquido num recipiente apropriado colocado no local, ao invés de engolir o vinho. Fazê-lo de maneira discreta.
Após a maratona, é importante não dirigir. Se possível vá caminhando para fazer mais rapidamente a absorção do álcool pelo organismo, ou pegue um táxi.
Ah! Não esquecer de fazer anotações, com sua opinião do que provou. É possível que, no meio de tantas amostras, detalhes sejam esquecidos com o tempo.
Bom proveito!
texto de abril/2005, publicado originalmente na revista Vinho Magazine