O Encontro Mistral, em sua décima edição, foi um momento de rever produtores e amigos do vinho. O evento é sempre muito bem organizado pela equipe de Ciro e Otávio Lilla. Neste ano, um motivo para comemorar: 50 anos da Mistral.

Dentro do tempo disponível, provei rótulos já conhecidos e diversas novidades. Destaco aqui alguns brancos e tintos de Portugal e Espanha, que não são necessariamente os melhores, mas chamaram atenção pela personalidade ou elegância.

Sou fã dos vinhos do Dão, Bairrada e Vinhos Verdes. A simpática enóloga Maria Castro apresentou parte do extenso portfólio da Quinta de Saes e Quinta da Pellada, os primeiros mais frescos, com destaque para o Quinta de Saes Reserva Estágio Prolongado 2017, muito fino. São escolhas certeiras o mineral Quinta da Pellada Primus Dão branco 2017 e o Quinta da Pellada Pelada 2018, este tinto de vinhas velhas de dezenas de castas.

Luís Pato é um personagem sempre presente no Encontro Mistral. Alquimista da nobre bebida, está sempre a criar técnicas novas de produção. Mas aqui, fico com os tradicionais: o branco de guarda Vinha Formal 2020; o Luís Pato Vinhas Velhas Tinto Bairrada 2018, um Baga com belo frescor; o elegante Luís Pato Vinha Pan Bairrada 2018, clássico.

Se for para escolher um único branco oferecido por Marta Caldas, seria certamente o Soalheiro Alvarinho Granit 2021 de Monção e Melgaço, com uma interessante salinidade.

Miquel Angel Cerdà é uma figura do vinho espanhol. Ele trouxe castas autóctones da sua Mallorca para o consumo global. O Terra de Falanis Bla Bla Bla 2021, branco de personalidade, é elaborado com a uva Premsal (também conhecida como Moll); já o tinto Ànima Negra Àn/2 2020, com boa presença no paladar, vem principalmente das castas Callet, Mantonegro e Fogoneu.

Destaque especial do Costers del Segre Garnatxa 2021 da Castell del Remei, vinificado com 20% dos engaços, segundo o diretor da vinícola Xavier Cepero. Muito fino, foi um dos meus preferidos no encontro.